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Município de Areia PB
vista aérea
História
Areia (Paraíba)
Areia é um município brasileiro do estado da
Paraíba, localizado na microrregião do Brejo Paraibano. De acordo com o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2014 sua população
era estimada em 23.288 habitantes. A área territorial é de 269 km². Com muitas riquezas naturais, situada em local
elevado, Areia, no inverno, é coberta por uma leve neblina, e suas terras
possuem diversas fontes e balneários aquáticos. É também muito conhecida por suas riquezas
culturais, particularmente o Museu de Pedro Américo, com inúmeras réplicas dos
quadros do mais célebre cidadão areiense – entre elas a famosa obra “O Grito do
Ipiranga”, encomendada a ele por Dom Pedro II, e o Museu da Rapadura,
localizado dentro do Campus da UFPB na cidade, onde o turista pode observar as
várias etapas da fabricação dessa iguaria e dos outros derivados da
cana-de-açúcar, como a cachaça, sendo a areiense muito conhecida exteriormente
por seu incomparável sabor. Areia foi considerada por muito tempo como “Terra
da Cultura” tendo seu teatro – o “Theatro Minerva” – sido edificado 50 anos
antes que o da capital do Estado da Paraíba. Para aquela cidade hospitaleira,
de invernos rigorosos, convergiam estudantes de toda a região, sendo expoentes
deste tempo a Escola de Agronomia do Nordeste, o Colégio Santa Rita (Irmãs
Franciscanas, alemães) e o Colégio Estadual de Areia (antigo Ginásio Coelho
Lisboa). Seus filhos se destacavam em todos os concursos de que participavam.
Carminha Sousa e Laura Gouveia eram reconhecidas pela capacidade de educar e
formar pessoas na língua portuguesa.
História
Em 1648, a expedição em busca de recursos
minerais de Elias Herckmans, então governador holandês da Paraíba, percorreu a
mando de João Maurício de Nassau a região onde hoje se assenta a cidade de
Areia sem entretanto nada encontrar. Pouco mais tarde, em meados do século
XVII, desbravadores portugueses percorreram a região, tendo um deles, de nome
Pedro Bruxaxá, se fixado no local à margem do cruzamento de estradas que eram
caminho obrigatório de boiadeiros e comboieiros dos sertões com destino à
cidade de Mamanguape e à Capital. Dada a amizade que fez com os nativos, ali
construiu um curral e uma hospedaria conhecida como “Pouso do Bruxaxá”. A
região foi por muitos anos denominados “Sertão de Bruxaxá”.
Com o tempo, entretanto, devido a um riacho que
possuía bancos de areia muito brancas, o povoado passou a ser chamado de Brejo
d’Areia, já que o lugarejo fica na Microrregião do Brejo Paraibano, região da
Paraíba não muito longe do litoral, que recebe os úmidos ventos alísios vindos
do Atlântico e possui uma cobertura vegetal de floresta atlântica, hoje em dia
reduzida a manchas. Por isso, também chamada de Zona da Mata.
O povoado foi elevado à categoria de vila em 30
de agosto de 1818 e, em 18 de maio de 1846, tornou-se cidade. Com o desenvolvimento da lavoura canavieira na
Região do Brejo, no século XIX, a cidade de Areia tornou-se o maior município
da região, mas tal proeminência econômica começou desde o século anterior,
XVIII, com a precedente lavoura do algodão. A campanha abolicionista no
município teve a liderança de Manuel da Silva e Rodolfo Pires, e a cidade
libertou o último escravo pouco antes da Abolição da Escravatura em todo o
país, no dia 3 de maio de 1888.
Areia participou ativamente das Revoluções do
século XIX, tais como a Revolução Pernambucana, em 1817, a Confederação do
Equador, em 1824 e a revolta do Quebra-Quilos, em 1873.
Areia foi a principal civilização do Alto Brejo
paraibano durante o século XIX, final do século XVIII e início do século XX a
tal ponto de ter tido o primeiro teatro do estado (o primeiro cinema foi em Rio
Tinto), a primeira faculdade, etc. Isso atesta um padrão interessante na
história da Paraíba, onde antes o desenvolvimento se concentrava no interior e
só depois atingiu a capital (que já era um pólo importante nos séculos XVI e
XVII – única cidade lusófona fundada por espanhóis durante o reino dos
Filipes). Não se sabe no entanto as causas destas civilizações pioneiras e
grandiosas no passado terem ficado para trás no decorrer do século XX por
exemplo num processo de estagnação, mesmo com tantas belezas naturais e clima
bastante superior ao da baixada litorânea, por exemplo (e muito mais propício a
civilização portanto).
No século 17, o território do
município de Areia era conhecido como Sertão dos Buxaxás, por causa dos índios
que habitavam a região. O local desenvolveu-se com o movimento de tropeiros e o
município foi criado em 1815.
O apogeu da cidade foi no século 19,
quando o município chegou a abrigar 120 engenhos de açúcar, além das plantações
de café, sisal e algodão. O Teatro Minerva, em Areia, foi o primeiro teatro da
Paraíba, construído em 1859.
Areia fica no Agreste Paraibano, a
120 km de João Pessoa. Possui 24 mil habitantes.
Principais datas
• 18 de maio – Aniversário de Emancipação Política
• No mês de Julho a cidade vive o roteiro Caminhos do Frio Rota Cultural
• No mês de setembro foi reativado o Festival de Artes de Areia
• Na última semana do mês de Setembro, Areia realiza o Festival Brasileiro
da Cachaça e Rapadura – BREGAREIA
• 8 de dezembro – Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição
Filhos ilustres
Os personagens históricos mais conhecidos de
Areia são o pintor Pedro Américo (pintor do Segundo Império), José Américo de
Almeida (ex-governador da Paraíba, escritor e importante político nacional),
Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques (primeiro arcebispo da Paraíba), Abdon
Felinto Milanês (músico erudito), Abdon Milanês (político da Primeira República
e pai do compositor) além de Elpídio de Almeida (médico e ex-prefeito da cidade
de Campina Grande), Álvaro Machado (fundador do Jornal A União), entre outros.
• Marcelo Soares da Silva (Dedé)
• Abdon Felinto Milanês
• Abdon Milanês (político)
• Adauto Aurélio de Miranda Henriques
• Ademar Paulino de Lima
• Aurélio de Figueiredo
• Domício Gondim Barreto
• Elpídio Josué de Almeida
• José Américo de Almeida
• Pedro Américo
• Plínio Lemos
• Trajano Alípio de Holanda Chacon Cavalcanti de Albuquerque
• Valfredo Soares dos Santos Leal
Curiosidades
• Foi a segunda cidade do Brasil a decretar a abolição da escravatura antes
mesmo da lei ser assinada pela Princesa Isabel.
• Foi a primeira cidade da Paraíba a usar o jornal impresso.
• Concorreu a capital da cultura 2009
• Possui 117 engenhos.
• Primeiro Teatro da Paraíba – Teatro Minerva (anteriormente chamado de
Recreio Dramático)
• Possui uma Banda Filarmônica Centenária (um ano a menos que a cidade)
• A Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Areia, é a paróquia mais antiga
da Diocese de Guarabira criada em 29 de Junho de 1813.
• O grupo de tradições Folclóricas “Moenda” um dos mais antigos grupos
culturais da cidades, criado em 1979, com destaques nacionais e internacionais
ainda ativo na cidade.
• Destaca-se em Areia o Grupo Cênico Recreio Dramático, grupo que já
apresentou e ganhou prêmios por toda Paraíba.
• Elson da Cunha Lima Filho foi o primeiro prefeito reeleito da história de
Areia.
• A Rádio Comunitária Areia FM foi a primeira emissora comunitária da
Paraíba a ter o seu projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional pelo então
Presidente Fernando Henrique Cardoso. A rádio pertence a Associação Artística e
Cultural de Areia, criada em 14.05.1997.
Pontos
Turísticos
CURIOSIDADES TURÍSTICAS
Toda cidade possui fatos, personagens, objetos, recantos, que lhe são
peculiares. Em Areia podem ser citados: a gameleira, a fonte do Quebra, o
invernto de Salviano, as execuções na forca.
A GAMELEIRA – A majestosa árvore
centenária erguia-se no centro da cidade, como um marco histórico, pois teria
sido segunda a lenda, uma estaca do primitivo curral que brotava no Sertão de
Bruxaxá, e desafiando o tempo, acompanhara o desenvolvimento da cidade que vira
nascer. Assinalava a presença de Areia a quilômetros de distância constituindo
um motivo de orgulho dos areienses que tinham pela árvore uma veneração quase
religiosa. Era a testemunha de todos os ventos, um baluarte no
último combate travado pelos revoltosos praieiros em 1849, servindo-lhes o
imenso tronco como escudo contra as balas dos legalistas. Sob sua copa frondosa
repousavam os tropeiros, discutia-se política, encontravam-se os namorados,
cantavam os trovadores, inspiravam-se os poetas.
Quando o telégrafo chegou a Areia em 1894, a
gameleira serviu de poste, sendo instalado em seu espaçoso tronco um isolador
da linha telegráfica.
Foi abatida por ordem do prefeito Jaime de
Almeida, em 1931. Os areienses lamentaram-lhe a perda como se fora uma pessoa
muito querida
"A Gameleira" pintada pelo artista areiese Walfredo. Esta pintura
encontra-se na parede de uma das salas do Museu Regional de Areia.
O HIDRO-MOTOR SALVIANO – Um
areiense, Antonio Salviano de Figueiredo criou um aparelho que revolucionou o
mundo da mecânica no país. Após 10 anos de trabalho perseverante, sem os
recursos da moderna tecnologia, apresentou seu Hidro-Motor, cujo objetivo era o
aproveitamento das ondas do mar. Era de fato uma conquista admirável do gênio,
da capacidade de investigação e estudo, de um homem que arrastou todas as
dificuldades, inclusive a indiferença do meio em que viveu.
O princípio de seu invento era a transformação do
movimento oscilatório das ondas em movimento rotatório, sempre no mesmo
sentido.
O Hidro – Motor Salviano foi
levado para o Rio de Janeiro onde as experiências realizadas alcançaram sucesso
chegando mesmo a interessar ao Governo Federal sua utilização. Entretanto esse
entusiasmo teve pouca duração e logo, por falta de apoio dos poderes públicos,
o notável invento foi relegado ao esquecimento.
EXECUÇÕES NA FORCA – Areia foi o
único município da Paraíba onde a forca se ergueu e funcionou, não para
executar presos políticos, mas para presos comuns, condenados à morte pela
justiça local.
O patíbulo foi erguido nas imediações do
matadouro público, inaugurando-se em 1847, Compunha-se de dois pesados esteios
de madeiras fincados ao solo e ligados no alto por espaçoso travejamento. Havia
ainda a escada por onde subiam o condenado, o carrasco e o sacerdote.
As execuções eram envoltas em um
complicado cerimonial – o condenado era conduzido à igreja onde ouvia
a missa até a recitação do credo quando então se formava o cortejo fúnebre
composto por autoridades civis, militares, eclesiásticas, a tropa, o povo e até
as escolas públicas com todos os seus alunos e professores (os quais na volta
aplicavam em cada aluno meia dúzia de bolos para lhe servir de lição).
A procissão partia lentamente até o campo da
execução parando de espaço a espaço para que o meirinho lesse a sentença e
apregoasse em altas vozes; – Que morra de morte natural no lugar da forca! O
carrasco era escolhido entre os presos, já condenado, que era tirado da cadeia
e obrigado a cumprir o macabro ofício. Duas execuções foram realizadas no
patíbulo de Areia – em 1847, a do negro Marçal, escravo de Manoel Gomes da
Cunha Lima, senhor do engenho Jussara e de Novo Mundo, por haver atacado e
ferido seu senhor quando este açoitava sua esposa e a de Antonio José das
Virgens, vulgo Beiju, a 8 de maio de 1861, acusado de assassínio do Dr. Trajano
Augusto de Holanda Chacon.
O QUEBRA – Em Areia havia
outrora quatro fontes onde a população se abastecia de água potável. Eram as do
Pirunga, do Limoeiro, do Bonito e do Quebra. O nome desta advém das constantes
quedas dos carregadores d\’água em sua ladeira escorregadia e a conseqüente
quebra dos potes que conduziam.
Em 1885 o maestro Tristão Grangeiro, então
Presidente da Câmara Municipal, propôs a construção de um banheiro público na
fonte do Quebra. A construção foi iniciada por ele, sem qualquer ônus para a
Prefeitura, auxiliado por particulares e inaugurado no dia 1° de janeiro de
1886. Foi um dia de grande festa, com banda de música discursos e girândolas de
duzentas dúzias de foguetes. Tristão Grangeiro, entusiasmado, passou todo o dia
a reger a orquestra e a banhar-se no Quebra apanhando uma pneumonia que o levou
ao túmulo quinze dias depois. Mas seu sacrifício não foi em vão. O banheiro do
Quebra tornou-se uma tradição em Areia – todos, ricos ou pobres, iam até lá, a
pé, conduzindo suas toalhas, conversando amigavelmente, fazendo um bom
exercício, tomando um delicioso banho.
O famoso banheiro passou alguns anos interditados
por falta de condições de funcionamento. Foi restaurado na gestão do Prefeito
Élson Cunha Lima que construiu ainda, no local, uma quadra de esportes. É um
recanto agradável e pitoresco e mais uma tradição a ser conservada.
AREIA TEM 28 ENGENHOS ATIVOS
A civilização dos engenhos do Nordeste brasileiro
deixou raízes profundas, tanto que ainda sobrevivem não só na memória local,
mas concretamente. Não são apenas construções seculares abandonadas, como em
muitos casos, mas também a manutenção de uma atividade que represente a riqueza
da região nordestina em determinada época.
Os engenhos no interior nordestino surgiram bem depois dos engenhos localizados
na faixa litorânea. Há registros da existência de engenhos no Brejo Paraibano
desde a segunda metade do século XVIII. Tal fato depreende-se da referencia
feita por Horácio de Almeida em sua obra: Brejo de Areia de 1958, ao Governador
da Capitania da Paraíba, Francisco de Miranda Henriques: “Homem probo e
moderado, governou a Capitania da Paraíba de 1761 a 1764. Terminado o governo
fixou-se em Areia, no engenho Bolandeira, onde veio a falecer em avançada
idade”. Diante da informação acima, infere-se que os primeiros engenhos do
município de Areia surgiram há cerca de 240 anos. Esse registro é o mais
fidedigno que existe em termos do aparecimento dos engenhos no Brejo Paraibano,
consequentemente, o mais citado.
Entretanto, tomando como base menções feitas
pelos habitantes de Areia, não se descarta a possibilidade de ter engenhos
antes dessa época, a despeito ausência de comprovação nos anais da história do
território.
Os engenhos implantados no Brejo, a partir do
século XVIII, seguiram os moldes dos engenhos do litoral nordestino, apesar de
não gozarem da mesma opulência e posição privilegiada deste últimos, que foram
o símbolo da aristocracia rural brasileira desde o período colonial.
O surgimento dos engenhos no Brejo fez nascer uma
pequena burguesia rural em torno desta atividade produtiva.Os engenhos do Brejo
não acompanharam a suntuosidade das edificações dos engenhos do litoral, mas
alguns deles chegaram a alcançar um certo grau de importância econômica em
relação a estes últimos, nas épocas áureas do açúcar, como os engenhos Vaca
Brava em Areia, Goiamunduba em Bananeiras e Olho D’Água de Bujari em Alagoa
Nova.
A maioria dos engenhos do Brejo possuíam menos
porte do que os do litoral, porém os edifícios dos mais antigos que restaram
nesta microrregião também podem ser considerados espécimes da arquitetura dos
antigos engenhos de açúcar do Brasil.
Existiam no Brejo Paraibano cerca de 294 engenhos
catalogados pelo pesquisador Antonio Augusto de Almeida em 1994. Passados cerca
de 240 anos, atualmente existem (dados do IBGE de 2000) 52 engenhos ativos,
apesar deste número reduzido de engenhos, eles ainda permanecem em número
relativamente significativo.
Eles estão divididos em 28 estão no município de
Areia, 5 em Alagoa Grande, 6 em Alagoa Nova, 1 em Bananeiras, 2 em Borborema, 5
em Pilões e 5 em Serraria. Destes 52 engenhos, 25 produzem apenas aguardente; 8
produzem apenas rapadura e 19 fabricam aguardente e rapadura conjuntamente.
Os engenhos não poderiam desaparecer do Brejo
Paraibano, uma vez que está marcada pela tradição do cultivo e processamento da
cana-de-açúcar. A manutenção de hábitos, costumes e tradições seculares, no
caso e questão, em termos de produção, não sucumbiu, mesmo que apontasse
alternativa neste sentido. No caso do Brejo, essa tradição produtiva vem
persistindo na região por quase dois séculos e meio.
NOMES DE ENGENHOS DE AREIA
Casa grande do Engenho N. S. das Graças (Buraco)
em Areia. Nesta casa nasceu o primeiro Arcebispo do estado da Paraíba Dom
Adauto de Miranda Henriques.Todos os 130 engenhos de Areia.
Relação de todos os engenhos existentes e
extintos do município de Areia, ao longo dos tempos: Alagoinha,
Almécega, Angelim, Araticum, Barra do Camará, Barra do Quati, Bela Vista, Boa
Vista, Boa Vista do Narciso, Bolendeira, Bom Retiro, Bondó de Cima, Bomdó de
Baixo, Bonfim, Bruxaxá, Bujari, Bujari de José Correia, Cachoeira, Cacimbinha,
Caiana, Caiana de Franklin, Cajueiro, Cajueiro (Escarlate I), Canadá, Candiota,
Carrapateira, Carro Quebrado, Cepilho, Cipó, Coqueiro, Covão (Santa Isabel),
Deserto, Engenho do Meio (Bujari), Escarlate II, Escondido, Estreito, Fechado
de Cima, Floresta (Timbosinho), Frexeiro, Gameleira, Gitó, Gogó, Gravatá Açu,
Grutas de Cobras, Grutão, Guarany (Senhor do Bonfim), Ipueira Grande, Ipueira de
J.Branco, Ipueira de Osvaldo Pina, Ipueira de São João, Ipueirinha,
Japaranduba, Jardim, Jardim (Chã do Jardim), Jatobá, Jussara, Jussarinha,
Lajinha, Lameiro, Laranjeiras, Lavapés, Limoeiro, Lino, Macacos, Macaíba I,
Macaíba II, Maçaranduba, Mandaú, Marzagão, Mata Limpa de Baixo, Mata Limpa de
Cima, Marcês (Caipora), Mineiro, Mundo Novo, Mufumbo, Mufumbinho, Nossa Senhora
de Baixo, Olho D’Água, Olho d’Água dos Cavalos, Olho d\’Água do Meio, Pacas,
Panelas, Patricio, Pau d’Arco, Pau Ferro de Baixo, Pau Ferro de Cima,
Pedregulho, Pindoba, Pitombeira, Quati, Quebra, Riachão, Riacho de Facas, Rio
Branco (Tiborna), Saboeiro, Saburá, São Benedito, São Francisco (Cipó), São
João (Sítio Riachão), São José do Bonfim, São José, São José de M. Maia, São
Luiz, São Pedro (do Mofo), São Sebastião, São Vicente (Riachão), Santa Helena
(Fechado), Santa Irene (Marzagão d’Água), Sanata Isabel (Várzea Nova), Santa
Tereza (Coruja), Sapucaia, Socorro, Tapuio, Timbaúba I, Timbaúba II, Timbaúba
de A. Costa, Timbó, Triunfo, Vaca Brava de Baixo, Vaca Brava de Cima, Vaca
Brava do Meio, Várzea, Várzea do Carrapato, Várzea do Quati e Viração.
ENGENHO TRIUNFO
A cachaça triunfo é uma das mais tradicionais da
Paraíba, sendo produzida na cidade de Areia. A Cachaça Triunfo é produzida
pelos empresários Antônio Augusto e Maria Júlia.
No ano de 1994, após receber uma herança, o casal
decidiu comprar um engenho, sonho antigo de Antônio Augusto. Mas as
dificuldades eram muitas. Com a falta de dinheiro para adquirir máquinas
próprias para a confecção da cachaça, os empresários tiveram que improvisar:
“Não tínhamos dinheiro para comprar máquinas para fazer a cachaça e ele foi
inventando. Quem visitava nossa fábrica, se espantava com tanta criatividade”,
conta Maria Júlia a seus visitantes. Para termos uma ideia, até secador de
cabelo e moedor de carne viraram maquinário para o engenho.
Todas essas dificuldades enfrentadas foram
válidas e superadas e o engenho Triunfo está aberto para a visita de pessoas
interessadas na sua história e no seu processo de produção.
O Engenho Triunfo no município de Areia é um
exemplo de um empreendimento bem sucedido. Porém, concomitante ao progresso
tecnológico, está a Recepção e o bom gosto do seu ajardinamento.
ENGENHO VACA BRAVA – O MAIS
ANTIGO DA REGIÃO
Areia abriga os primeiros engenhos da Paraíba a
contarem com máquinas a vapor. Inaugurado em 1860, o local é considerado o
engenho mais antigo da região e possui 525 hectares.
O proprietário, cujo estabelecimento recebe os
visitantes de forma improvisada (mas não menos acolhedora) pois ainda não
possui estrutura voltada para o turista, é capaz de dar um show na hora de
contar histórias da época de José Rufino, personagem local que morou em uma
casa equipada com uma senzala, e ao descrever, detalhadamente, o processo
caseiro de preparação da sua cachaça.
A cachaça produzida no Engenho Vaca Brava, um
estabelecimento de 1860, é armazenada em barris de umburana com capacidade de
25 mil litros ou de de jequitibá, cujo armazenamento é de 30 mil litros.
A cana-de-açúcar foi introduzida na Província da
Paraíba nos idos de 1630, já existindo em média 18 engenhos produtivos e, a
partir de meados do século XIX, esta cultura passou a ser a mais explorada na
região do Brejo Paraibano.
A Civilização do Açúcar é bem maior do que a
cultura do açúcar. A segunda cabe na primeira. A primeira não cabe na segunda.
MUSEU DO BREJO PARAIBANO –
Museu da Rapadura
O Museu do Brejo Paraibano tem como principal
Missão Institucional preservar a história do homem do campo do brejo paraibano,
com ênfase na cultura da cana-de-açúcar. Presente desde os primórdios da
colonização, a casa-grande foi elemento organizador da sociedade, núcleo de
dominação social, econômica e política, apoiado nas relações de trabalho
escravista e semi-feudais. Funcionou como engenho de cachaça e rapadura,
fundamentando-se na estrutura latifundiária e na monocultura de cana-de-açúcar.
(Campos II UFPB/CCA).
MUSEU REGIONAL DE AREIA
O Museu Regional de Areia tem como Missão
Institucional resgatar e preservar a memória; promover atividades científicas e
cultural, visando a compreensão e o desenvolvimento da sociedade brasileira,
prioritariamente a do município de Areia na Paraíba.
O SOBRADO DE JOSÉ RUFINO – No
início do século XIX, homens de fortuna e iniciativa como o português Francisco
Jorge Torres, o capitão Bartolomeu da Costa Pereira e José Antonio Leal,
edificaram os primeiros sobrados da vila. Seguiram-se muitas outras construções
congêneres de propriedade da burguesia local. Um desses velhos sobrados,
construído em 1818 foi na década de setenta restaurados por um areiense, José
Rufino de Almeida, que dá um belo exemplo de amor às tradições de sua terra.
O prédio, Funciona a Secretaria de Turismo e
Eventos Secretaria de Cultura, Secretaria de Esporte Juventude e lazer da
Prefeitura Municipal de Areia, o Ponto de Cultura Viva o Museu e a Associação
dos Amigos de Areia – AMAR.
Uma espécie de museu. Trata-se de uma construção
sólida onde foram conservadas ao máximo, as linhas originais características à
arquitetura colonial. Possui três pavimentos, incluindo o sótão de
águas-furtadas, onde se encontram mirantes em forma de seteiras, cuja
finalidade era permitir a penetração da luz e do ar além de servir
eventualmente para defesa.
A fachada principal apresenta duas ordens de
janelas reticuladas, com vidraças e uma porta que dá acesso ao interior. As do
pavimento superior possuem sacadas guarnecidas com grades de ferro trabalhado.
Lampiões de ferro no estilo da época, colocados na frente e nas fachadas
laterais do prédio, constituem a iluminação externa. Uma cornija que se
prolonga à volta do prédio arremata o conjunto de formas sóbrias e harmônicas.
Internamente, divide-se em 35 aposentos,
mobiliados e decorados com preciosas peças antigas. O piso do pavimento
inferior é todo em tijoleiras exceto a cozinha que conserva as lajes originais
do antigo sobrado e que servia como sala de refeições dos pretos, podendo-se
observar as mesas de pedra engastadas na parede, o fogão de alvenaria, os
panelões de ferro de fabricação inglesa e um primitivo moinho para triturar
cereais.
Na parte posterior, a senzala, com seus cubículos
individuais, em torno de um pátio lajeado e dois portões que dão para um
terraço, num plano mais baixo, protegido por balaustrada, todo em pedra, de
onde se descortina a paisagem maravilhosa da Gruta do Bonito.
O acesso ao pavimento superior é feito através de
duas escadas – de madeira com corrimão torneado, logo no vestíbulo principal, e
na parte de trás, por uma longa escadaria de pedra, trabalho dos escravos. O
piso agora é todo assoalhado e o teto travejado com possantes vigas em madeira
de lei. Na sala de jantar há uma lareira. As luminárias, os banheiros, os
lavabos, tudo acompanha o estilo da arquitetura colonial, evocando uma época de
fausto vivida pelos seus ancestrais.
solar
José Rufino do início do século 19
PARQUE ESTADUAL MATA DO PAU
FERRO
Localizado na comunidade da Chã do Jardim a 7 km
da cidade de Areia, constitui um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica do
Nordeste, Funciona como um refúgio para animais ameaçados de extinção como o pássaro
pintor, a cobra jararaca entre outros. Neste parque encontramos inúmeras
trilhas com árvores gigantescas formigões diversos pássaros e plantas
venenosas.
UFPB – CENTRO DE CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
1ª Escola de Agronomia do Nordeste, atual campos
II da UFPB onde se destaca a sua área botânica como BAMBU GIGANTE e o
ORQUIDÁRIO.
CASA DE PEDRO AMÉRICO
O prédio onde nasceu o grande artista plástico,
Pedro Américo de Figueiredo, é uma construção simples, conjugada, com uma porta
e duas janelas na frente. Havia outrora sala de visitas, sala de jantar, dois
quartos, cozinha, banheiro e um pequeno quintal. Nas proximidades do centenário
de nascimento do pintor, a Prefeitura efetuou a desapropriação do imóvel que
sofreu modificações a fim de funcionar como pinacoteca e museu do Município. As
janela e portas receberam vidraças e a divisão interna foi alterada. Atualmente
consta de duas salas na primeira das quais foi instalado o Museu com mais de
vinte reproduções de telas famosas do artista, alguns esboços autênticos e o
original \”Cristo Morto\”, de inestimável valor, um dos seus últimos trabalhos,
pintado em 1901.
Há também um retrato de Pedro Américo, pintado
por seu irmão Aurélio de Figueiredo. Expostos numa vitrine, objetos de uso
pessoal: alguns pincéis, um velho esquadro. Também uma palmatória que pertenceu
à sua mãe, um álbum de caricaturas, fotos da família e os livros escritos por
ele na Europa – “Holocausto”, em 1882, “O Foragido”, em 1899, “Na Cidade
Eterna”, em 1901, além de um crucifixo e um vidro contendo uma página de
jornal, retirados de seu caixão mortuário. Na outra sala funciona a galeria de
areienses ilustres.
Além de um mausoléu no cemitério da cidade, Pedro Américo ainda foi
contemplado com monumento(imagem à cima), um busto erguido em praça
pública, mais uma homengem da cidade de Areia a um dos seus ilustres
filhos.
MONUMENTO A PEDRO AMÉRICO
No cemitério de Areia, em lugar de destaque, está
o mausoléu onde repousam para sempre, os despojos do seu ilustre filho,
repatriados da Itália durante as comemorações de seu centenário.
Monumento talhado em estilo moderno, singelo, com
uma placa em alvenaria onde estão inscritos de um lado, as datas do seu
nascimento – 29/04/1843 e a do seu centenário – 29/04/1943 e os dizeres –
“Pedro Américo Potente Engenheiro da Pintura” e “Passagem do Primeiro
Centenário do Seu Nascimento”. Na outra extremidade sua efígie em relevo.
Salientando-se do toda uma espécie de obelisco e uma palheta com pincéis.
IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – A
igreja consagrada a Nossa Senhora do Rosário foi iniciativa de uma Irmandade
originalmente composta por gente de cor. É a mais antiga do lugar embora não se
tenha a data precisa de sua fundação. Sabe-se que ficou inconclusa durante
muitos anos. Segundo Horácio de Almeida, o governo provincial, em 1865
outorgou-lhe uma verba de quatro contos de réis para o andamento da obras.
Documentos falam de uma empreitada, em 1872, com o mesmo objetivo. Porém tudo
indica que sua conclusão sé se deu em 1886 quando ali se celebrou a primeira
festa religiosa. A Igreja do Rosário acha-se situada no centro da cidade, em
frente à Praça Ministro José Américo de Almeida. Trata-se de uma construção em
que se verifica a persistência do estilo arquitetônico que vigorou durante três
séculos a partir de nossa colonização.
Não fossem os arcos de pleno centro que aparecem
em todas as fachadas do templo, cuja utilização se vulgariza no século XIX e a
abertura também das arcadas, que proporciona uma comunicação franca da
capela-mor com a sacristia ao lado, e o tipo estaria se repetindo.
Uma escadaria dá acesso à Igreja em cuja fachada
principal encontra-se três portas de forma arqueada. A porta do centro é um
pouco mais alta que as laterais. Janelas também em número de três com grades de
ferro forjado, à guiza de peitoril, dando para o coro, guarnecem-lhe a fachada
encimada por um frontão com volutas e uma pequena cruz. Não possui torres. A
parte interna consta de uma nave única, coro simples, logo à entrada, com uma
escadaria lateral que começa dentro da nave. Do mesmo lado um púlpito em
madeira com ornato em relevo e uma cercadura do mesmo material ornada com
delicados lavores. Num plano mais elevado da nave, à entrada da capela-mor,
altares colaterais em madeira pintada de branco, decorados com entalhes em
dourado, abrigam imagens, uma das quais, de Nossa Senhora da Piedade com o
Filho Morto nos braços, esculpida em madeira, é muito bonita.
Na capela-mor, num plano mais abaixo, o
altar-mor, é parcialmente executado em madeira parecendo ter sido completamente
em alvenaria. Na realidade apesar de se encontrar nos trechos de alvenaria o
mesmo vocabulário formal dos altares colaterais, nota-se uma acentuada
diferença no acabamento o que faz com que este altar seja de menos apuro
estético tomado como um todo. Nele se encontra um retáculo com a imagem da
padroeira, em estilo barroco, ladeada por outras de Jesus Menino e São
Benedito.
O forro da capela-mor é de alvenaria e reboco
pintado, com a figura em relevo do Espírito Santo que traz em lugar dos pés,
ganchos, dos quais pendia outrora a lâmpada do sacrário. A nave apresenta um
forro de tábuas corridas.
O piso, originalmente em tijoleiras, foi substituído em época passada, por
mosaicos. Somente o coro e uma espécie de sótão por trás do altar-mor são
assoalhados. Na sacristia há somente uma pequena cômoda. Seu uso atual é apenas
a prática de ofícios religiosos.
TEATRO MINERVA – Inaugurado em
1859, com o nome de Teatro Recreio Dramático constituía o orgulho dos
habitantes de Areia, em especial dos membros da Sociedade Recreio Dramático que
o construiu às suas expensas, iniciativa pioneira que precedeu em trinta anos o
teatro da Capital. Funcionava regularmente com representações dos conjuntos
amadores locais. Consta que mesmo companhias famosas que se exibiam em Recife,
iam até Areia, recebendo sempre muitos aplausos de um povo que tinha amor pela
arte e pela inteligência. Localizado na Rua Epitácio Pessoa, S/N, o prédio de
linhas simples, tendendo mais para o tipo clássico, apresenta na fachada principal
três portas e mais acima duas janelas. Em relevo o nome Theatro Particular e a
data de inauguração, 1859. Um frontão de formato triangular ostenta no tímpano,
um ornato em relevo e mais acima uma decoração em caprichosas volutas no centro
da qual há uma estatueta da deusa Minerva. Esta foi ali colocada por Horácio
Silva, no início do século XX, quando na gestão do prefeito Otacílio de
Albuquerque foram feitos alguns melhoramentos no prédio. A partir daí passou a
ser conhecido por Teatro Minerva.
À entrada há um pequeno hall por onde se penetra
na sala de espetáculo, de piso inclinado, em tijoleiras, com uma passadeira no
centro. Do teto de madeira pende um lustre de ferro com seis braços.
À volta, duas ordens de frisas, superpostas, de
formato circular, em madeira, divididas por colunas simples do mesmo material.
Há luminárias em forma de candeeiros ao longo das paredes laterais.
Na parte posterior, por trás do palco, estão
localizados os camarins ligados ao mesmo e aos corredores por duas entradas laterais.
Mobiliário um tanto rústico, foi todo renovado seguindo tanto quanto possível o
modelo original. Durante algum tempo o prédio funcionou como cinema, porém
agora retornou à sua primitiva função.
MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO –
Esta igreja tem um valor histórico tendo acompanhado o crescimento da cidade,
desde que era um pequeno núcleo, de povoamento e a igreja uma simples palhoça
onde o vigário de Mamanguape celebrava uma vez ao mês. Em 1809 aparece como uma
capela coberta de telha. A freguesia foi criada em 1813, mas só em 1834 é que o
Padre Francisco de Holanda Chacon, que regeu a paróquia por 52 anos, ergue a
Matriz no mesmo local da primitiva capela – prédio grande, sem torre, com
corredores, tribunas, coro, consistório e altares em talha dourada.
Cônego Odilon Benvindo reformou a Matriz
derrubando os corredores e as tribunas, substituindo-os por arcadas, construiu
mais altares de alvenaria e ergueu a torre no centro do edifício. Benzeu-a no
dia 20 de abril de 1902, data que se encontra gravada na fachada principal. O
Cônego Francisco Coelho pôs abaixo o altar-mor de madeira entalhada construindo
em seu lugar um de alvenaria, tirando na ocasião a imagem da padroeira de
madeira policromada, em puro estilo barroco, colocando-a na sacristia. (Essa
imagem fora ofertada à Matriz por um vigário, de Areia, Padre Sebastião
Bastos). O vigário Cônego Ruy Barreira Vieira também realizou melhoramentos no
templo que tendo passado por tantas reformas não segue nenhum estilo definido
apresentando características ecléticas. Possui uma única torre. A parte central
da fachada se projeta para frente enquanto as laterais ficam recuadas. Uma
escadaria protegida por balaustradas dá acesso às portas de entrada.
O interior compõe-se da nave principal e naves
laterais separadas por arcadas. Ao Longo destas últimas encontram-se altares,
alguns dos quais abrigam imagens antigas, em madeira, de Nossa Senhora das
Dores, Menino Jesus, do Senhor Morto, Jesus Crucificado e do Senhor
Ressuscitado. Uma de Nossa Senhora da Soledade e outra do Senhor dos Passos
ostentam cabelos e vestes naturais. No teto da nave principal há um painel
colorido que apresenta grande interesse artístico. Todos os altares são de
alvenaria.
Na Sacristia há um arcaz acima do qual, num
nincho, pode-se ver a imagem de Nossa Senhora da Conceição anteriormente
citada. Há ainda outro móvel em madeira escura com um oratório conjugado. Na
parte anterior do templo fica o coro e sob o mesmo um vestíbulo separado por
arcadas da nave principal.