terça-feira, 7 de agosto de 2018

Engenho Uruae - Condado - Pernambuco - Uma visita ao passado.

ENGENHO URUAÉ ( ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO )


O Engenho Uruaé está situado em Goiana, foi construído no século XVII juntamente com a capela dedicada a Nª Senhora da Piedade, é composto pela casa grande, moita com chaminé, senzala e capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade. João Alfredo foi o seu primeiro proprietário e ele foi quem escreveu a lei áurea.


Além de conter os móveis e utensílios da época em excelente estado. Logo na sua chegada, os visitantes são transportados para os tempos da cana-de-açúcar. O engenho encontra-se em ótimo estado de conservação e pode-se perceber uma preocupação com o meio ambiente por parte dos proprietários.
Situado no km 71 na PE-75, o Engenho Uruaé é uma ótima opção para aqueles que querem conhecer a história de Goiana. Seus funcionários são vestidos como os servos de antigamente e palestras sobre os costumes da época são ministradas durante todo o ano.
Os quartos da casa grande são equipados com ar condicionado e frigobar para proporcionar o maior conforto aos que se hospedam no engenho, que também está aberto para passeios pedagógicos de escolas. Existe ainda a disponibilidade de salões para festas, casamentos e confraternizações. Apesar de não estar localizado em Goiana, e sim ao município de Condado que pertencia a Goiana, é um equipamento de apoio da cidade. Mas é bom lembrar, que Uruaé é oficialmente do município de condado.







Esse engenho é considerado o engenho mãe de todos os outros de Pernambuco. Lá podemos ver uma área da senzala ainda intácta, e instrumentos que eram usados nos escravos (chicote, etc.)










ele não possui muitas características do seu tempo colonial pois a sua atual proprietária não quis que ele fosse tombado, logo, ela tomou algumas medidas que foram a construção de uma piscina, reforma na casa grande e na capela e também ela aumentou o numero de mobílias e materiais presentes na casa.






terça-feira, 13 de junho de 2017

BREVE HISTÓRIA DAS CAPITAIS BRASILEIRAS - SALVADOR

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HISTÓRIA DAS CAPITAIS BRASILEIRAS
SALVADOR


Série apresenta as origens, tradições e cultura de seis das maiores e mais importantes cidades brasileiras: Salvador, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Os programas trazem depoimentos de historiadores, pesquisadores e moradores das capitais, e complementados com uma vasta iconografia de gravuras, ilustrações, fotografias e documentos históricos de museus e acervos públicos de todo o país.

 A história do Brasil teve início na Bahia. Salvador foi a primeira capital do país até o ano de 1763. ... Juntamente com Tomé de Souza desembarcaram em Salvador seis embarcações com uma comitiva de aproximadamente 10 mil pessoas para fundar sob ordens do rei de Portugal, a cidade de “São Salvador

A conquista portuguesa do território onde se encontra Salvador começou em 1501, quando a Baía de Todos os Santos recebeu seu nome e um padrão português foi instalado na Barra. A partir de 1510, existia um povoado com índios e europeus, que dava assistência aos navios de passagem, franceses e portugueses. Em 1536, foi fundada uma vila na Barra.

A Cidade do Salvador foi fundada em 1549 pelo primeiro governador do Brasil, Thomé de Sousa. Foi planejada e construída para ser a capital da América Lusitana, dando início à colonização efetiva do Brasil. Nesse ano de 1549, o município já possuía pelo menos quatro igrejas: Graça, Vitória, Conceição da Praia e Ajuda.
Nos séculos 17 e 18 era uma das maiores e mais importantes cidades da América, com grande atividade portuária com Portugal e suas colônias na África e na Ásia. Salvador ganhou o primeiro farol da América, na Barra, e tornou-se uma das cidades mais bem fortificadas do mundo.
Até o início do século 19, era a maior cidade do Brasil e a segunda maior do Império Lusitano, depois de Lisboa. Em 1808, Salvador tornou-se a primeira sede da Coroa Portuguesa, no Brasil.
Hoje, a cidade abriga cerca de 3 milhões de habitantes. A cultura é rica, com importantes contribuições dos portugueses, indígenas, asiáticos e africanos. A cidade guarda um inestimável patrimônio histórico.

Até o século 18.Litoral da Baia de Todos os Santos, em Salvador. No alto, ao fundo, a igreja de Santo Antônio da Barra, fundada no século 16.


 

O Chafariz dedicado à deusa Ceres, no Terreiro de Jesus, de 1856, é uma versão engrandecida da fonte que ganhou a medalha de ouro na Exposition Universelle de 1855 de Paris. Mas a de Salvador é mais bela, mais sofisticada e do mesmo autor: o escultor francês Mathurin Moreau, que a forjou na lendária Fonderie d'Art de Val d'Osne.
Tão impressionante quanto o Chafariz é a razão porque ele foi instalado: fazia parte de um marco da engenharia nacional, o sistema de águas do Queimado. Inaugurado em 1856, com bombeamento à vapor, foi o primeiro sistema de captação, tratamento e distribuição de água encanada potável do Brasil. Incluiu 22 belos chafarizes espalhados pela Cidade.
Ao vir oficialmente inaugurá-lo, em 1859, Dom Pedro II ficou impressionado com a beleza do Chafariz da deusa Ceres e, posteriormente, encomendou chafarizes para o Rio de Janeiro do mesmo autor.





                     


                     
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Município de Areia PB

vista aérea


História 

Areia (Paraíba)

Areia é um município brasileiro do estado da Paraíba, localizado na microrregião do Brejo Paraibano. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano de 2014 sua população era estimada em 23.288 habitantes. A área territorial é de 269 km². Com muitas riquezas naturais, situada em local elevado, Areia, no inverno, é coberta por uma leve neblina, e suas terras possuem diversas fontes e balneários aquáticos. É também muito conhecida por suas riquezas culturais, particularmente o Museu de Pedro Américo, com inúmeras réplicas dos quadros do mais célebre cidadão areiense – entre elas a famosa obra “O Grito do Ipiranga”, encomendada a ele por Dom Pedro II, e o Museu da Rapadura, localizado dentro do Campus da UFPB na cidade, onde o turista pode observar as várias etapas da fabricação dessa iguaria e dos outros derivados da cana-de-açúcar, como a cachaça, sendo a areiense muito conhecida exteriormente por seu incomparável sabor. Areia foi considerada por muito tempo como “Terra da Cultura” tendo seu teatro – o “Theatro Minerva” – sido edificado 50 anos antes que o da capital do Estado da Paraíba. Para aquela cidade hospitaleira, de invernos rigorosos, convergiam estudantes de toda a região, sendo expoentes deste tempo a Escola de Agronomia do Nordeste, o Colégio Santa Rita (Irmãs Franciscanas, alemães) e o Colégio Estadual de Areia (antigo Ginásio Coelho Lisboa). Seus filhos se destacavam em todos os concursos de que participavam. Carminha Sousa e Laura Gouveia eram reconhecidas pela capacidade de educar e formar pessoas na língua portuguesa.

História

Em 1648, a expedição em busca de recursos minerais de Elias Herckmans, então governador holandês da Paraíba, percorreu a mando de João Maurício de Nassau a região onde hoje se assenta a cidade de Areia sem entretanto nada encontrar. Pouco mais tarde, em meados do século XVII, desbravadores portugueses percorreram a região, tendo um deles, de nome Pedro Bruxaxá, se fixado no local à margem do cruzamento de estradas que eram caminho obrigatório de boiadeiros e comboieiros dos sertões com destino à cidade de Mamanguape e à Capital. Dada a amizade que fez com os nativos, ali construiu um curral e uma hospedaria conhecida como “Pouso do Bruxaxá”. A região foi por muitos anos denominados “Sertão de Bruxaxá”.
Com o tempo, entretanto, devido a um riacho que possuía bancos de areia muito brancas, o povoado passou a ser chamado de Brejo d’Areia, já que o lugarejo fica na Microrregião do Brejo Paraibano, região da Paraíba não muito longe do litoral, que recebe os úmidos ventos alísios vindos do Atlântico e possui uma cobertura vegetal de floresta atlântica, hoje em dia reduzida a manchas. Por isso, também chamada de Zona da Mata.

O povoado foi elevado à categoria de vila em 30 de agosto de 1818 e, em 18 de maio de 1846, tornou-se cidade. Com o desenvolvimento da lavoura canavieira na Região do Brejo, no século XIX, a cidade de Areia tornou-se o maior município da região, mas tal proeminência econômica começou desde o século anterior, XVIII, com a precedente lavoura do algodão. A campanha abolicionista no município teve a liderança de Manuel da Silva e Rodolfo Pires, e a cidade libertou o último escravo pouco antes da Abolição da Escravatura em todo o país, no dia 3 de maio de 1888. 

Areia participou ativamente das Revoluções do século XIX, tais como a Revolução Pernambucana, em 1817, a Confederação do Equador, em 1824 e a revolta do Quebra-Quilos, em 1873.

Areia foi a principal civilização do Alto Brejo paraibano durante o século XIX, final do século XVIII e início do século XX a tal ponto de ter tido o primeiro teatro do estado (o primeiro cinema foi em Rio Tinto), a primeira faculdade, etc. Isso atesta um padrão interessante na história da Paraíba, onde antes o desenvolvimento se concentrava no interior e só depois atingiu a capital (que já era um pólo importante nos séculos XVI e XVII – única cidade lusófona fundada por espanhóis durante o reino dos Filipes). Não se sabe no entanto as causas destas civilizações pioneiras e grandiosas no passado terem ficado para trás no decorrer do século XX por exemplo num processo de estagnação, mesmo com tantas belezas naturais e clima bastante superior ao da baixada litorânea, por exemplo (e muito mais propício a civilização portanto).


No século 17, o território do município de Areia era conhecido como Sertão dos Buxaxás, por causa dos índios que habitavam a região. O local desenvolveu-se com o movimento de tropeiros e o município foi criado em 1815.
O apogeu da cidade foi no século 19, quando o município chegou a abrigar 120 engenhos de açúcar, além das plantações de café, sisal e algodão. O Teatro Minerva, em Areia, foi o primeiro teatro da Paraíba, construído em 1859.
Areia fica no Agreste Paraibano, a 120 km de João Pessoa. Possui 24 mil habitantes.



Principais datas

• 18 de maio – Aniversário de Emancipação Política
• No mês de Julho a cidade vive o roteiro Caminhos do Frio Rota Cultural
• No mês de setembro foi reativado o Festival de Artes de Areia
• Na última semana do mês de Setembro, Areia realiza o Festival Brasileiro da Cachaça e Rapadura – BREGAREIA
• 8 de dezembro – Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição




Filhos ilustres

Os personagens históricos mais conhecidos de Areia são o pintor Pedro Américo (pintor do Segundo Império), José Américo de Almeida (ex-governador da Paraíba, escritor e importante político nacional), Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques (primeiro arcebispo da Paraíba), Abdon Felinto Milanês (músico erudito), Abdon Milanês (político da Primeira República e pai do compositor) além de Elpídio de Almeida (médico e ex-prefeito da cidade de Campina Grande), Álvaro Machado (fundador do Jornal A União), entre outros.

• Marcelo Soares da Silva (Dedé)
• Abdon Felinto Milanês
• Abdon Milanês (político)
• Adauto Aurélio de Miranda Henriques
• Ademar Paulino de Lima
• Aurélio de Figueiredo
• Domício Gondim Barreto
• Elpídio Josué de Almeida
• José Américo de Almeida
• Pedro Américo
• Plínio Lemos
• Trajano Alípio de Holanda Chacon Cavalcanti de Albuquerque
• Valfredo Soares dos Santos Leal




Curiosidades

• Foi a segunda cidade do Brasil a decretar a abolição da escravatura antes mesmo da lei ser assinada pela Princesa Isabel.
• Foi a primeira cidade da Paraíba a usar o jornal impresso.
• Concorreu a capital da cultura 2009
• Possui 117 engenhos.
• Primeiro Teatro da Paraíba – Teatro Minerva (anteriormente chamado de Recreio Dramático)
• Possui uma Banda Filarmônica Centenária (um ano a menos que a cidade)
• A Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Areia, é a paróquia mais antiga da Diocese de Guarabira criada em 29 de Junho de 1813.
• O grupo de tradições Folclóricas “Moenda” um dos mais antigos grupos culturais da cidades, criado em 1979, com destaques nacionais e internacionais ainda ativo na cidade.
• Destaca-se em Areia o Grupo Cênico Recreio Dramático, grupo que já apresentou e ganhou prêmios por toda Paraíba.
• Elson da Cunha Lima Filho foi o primeiro prefeito reeleito da história de Areia.
• A Rádio Comunitária Areia FM foi a primeira emissora comunitária da Paraíba a ter o seu projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso. A rádio pertence a Associação Artística e Cultural de Areia, criada em 14.05.1997.




Pontos Turísticos
CURIOSIDADES TURÍSTICAS


Toda cidade possui fatos, personagens, objetos, recantos, que lhe são peculiares. Em Areia podem ser citados: a gameleira, a fonte do Quebra, o invernto de Salviano, as execuções na forca.

A GAMELEIRA – A majestosa árvore centenária erguia-se no centro da cidade, como um marco histórico, pois teria sido segunda a lenda, uma estaca do primitivo curral que brotava no Sertão de Bruxaxá, e desafiando o tempo, acompanhara o desenvolvimento da cidade que vira nascer. Assinalava a presença de Areia a quilômetros de distância constituindo um motivo de orgulho dos areienses que tinham pela árvore uma veneração quase religiosa. Era a testemunha de todos os ventos, um baluarte no último combate travado pelos revoltosos praieiros em 1849, servindo-lhes o imenso tronco como escudo contra as balas dos legalistas. Sob sua copa frondosa repousavam os tropeiros, discutia-se política, encontravam-se os namorados, cantavam os trovadores, inspiravam-se os poetas.
Quando o telégrafo chegou a Areia em 1894, a gameleira serviu de poste, sendo instalado em seu espaçoso tronco um isolador da linha telegráfica.
Foi abatida por ordem do prefeito Jaime de Almeida, em 1931. Os areienses lamentaram-lhe a perda como se fora uma pessoa muito querida

 
  "A Gameleira" pintada pelo artista areiese Walfredo. Esta pintura encontra-se na parede de uma das salas do Museu Regional de Areia.

O HIDRO-MOTOR SALVIANO – Um areiense, Antonio Salviano de Figueiredo criou um aparelho que revolucionou o mundo da mecânica no país. Após 10 anos de trabalho perseverante, sem os recursos da moderna tecnologia, apresentou seu Hidro-Motor, cujo objetivo era o aproveitamento das ondas do mar. Era de fato uma conquista admirável do gênio, da capacidade de investigação e estudo, de um homem que arrastou todas as dificuldades, inclusive a indiferença do meio em que viveu.
O princípio de seu invento era a transformação do movimento oscilatório das ondas em movimento rotatório, sempre no mesmo sentido.

O Hidro – Motor Salviano foi levado para o Rio de Janeiro onde as experiências realizadas alcançaram sucesso chegando mesmo a interessar ao Governo Federal sua utilização. Entretanto esse entusiasmo teve pouca duração e logo, por falta de apoio dos poderes públicos, o notável invento foi relegado ao esquecimento.

EXECUÇÕES NA FORCA – Areia foi o único município da Paraíba onde a forca se ergueu e funcionou, não para executar presos políticos, mas para presos comuns, condenados à morte pela justiça local.
O patíbulo foi erguido nas imediações do matadouro público, inaugurando-se em 1847, Compunha-se de dois pesados esteios de madeiras fincados ao solo e ligados no alto por espaçoso travejamento. Havia ainda a escada por onde subiam o condenado, o carrasco e o sacerdote.

As execuções eram envoltas em um complicado cerimonial – o condenado era conduzido à igreja onde ouvia a missa até a recitação do credo quando então se formava o cortejo fúnebre composto por autoridades civis, militares, eclesiásticas, a tropa, o povo e até as escolas públicas com todos os seus alunos e professores (os quais na volta aplicavam em cada aluno meia dúzia de bolos para lhe servir de lição).
A procissão partia lentamente até o campo da execução parando de espaço a espaço para que o meirinho lesse a sentença e apregoasse em altas vozes; – Que morra de morte natural no lugar da forca! O carrasco era escolhido entre os presos, já condenado, que era tirado da cadeia e obrigado a cumprir o macabro ofício. Duas execuções foram realizadas no patíbulo de Areia – em 1847, a do negro Marçal, escravo de Manoel Gomes da Cunha Lima, senhor do engenho Jussara e de Novo Mundo, por haver atacado e ferido seu senhor quando este açoitava sua esposa e a de Antonio José das Virgens, vulgo Beiju, a 8 de maio de 1861, acusado de assassínio do Dr. Trajano Augusto de Holanda Chacon.

O QUEBRA – Em Areia havia outrora quatro fontes onde a população se abastecia de água potável. Eram as do Pirunga, do Limoeiro, do Bonito e do Quebra. O nome desta advém das constantes quedas dos carregadores d\’água em sua ladeira escorregadia e a conseqüente quebra dos potes que conduziam.
Em 1885 o maestro Tristão Grangeiro, então Presidente da Câmara Municipal, propôs a construção de um banheiro público na fonte do Quebra. A construção foi iniciada por ele, sem qualquer ônus para a Prefeitura, auxiliado por particulares e inaugurado no dia 1° de janeiro de 1886. Foi um dia de grande festa, com banda de música discursos e girândolas de duzentas dúzias de foguetes. Tristão Grangeiro, entusiasmado, passou todo o dia a reger a orquestra e a banhar-se no Quebra apanhando uma pneumonia que o levou ao túmulo quinze dias depois. Mas seu sacrifício não foi em vão. O banheiro do Quebra tornou-se uma tradição em Areia – todos, ricos ou pobres, iam até lá, a pé, conduzindo suas toalhas, conversando amigavelmente, fazendo um bom exercício, tomando um delicioso banho.
O famoso banheiro passou alguns anos interditados por falta de condições de funcionamento. Foi restaurado na gestão do Prefeito Élson Cunha Lima que construiu ainda, no local, uma quadra de esportes. É um recanto agradável e pitoresco e mais uma tradição a ser conservada.

AREIA TEM 28 ENGENHOS ATIVOS

A civilização dos engenhos do Nordeste brasileiro deixou raízes profundas, tanto que ainda sobrevivem não só na memória local, mas concretamente. Não são apenas construções seculares abandonadas, como em muitos casos, mas também a manutenção de uma atividade que represente a riqueza da região nordestina em determinada época.
Os engenhos no interior nordestino surgiram bem depois dos engenhos localizados na faixa litorânea. Há registros da existência de engenhos no Brejo Paraibano desde a segunda metade do século XVIII. Tal fato depreende-se da referencia feita por Horácio de Almeida em sua obra: Brejo de Areia de 1958, ao Governador da Capitania da Paraíba, Francisco de Miranda Henriques: “Homem probo e moderado, governou a Capitania da Paraíba de 1761 a 1764. Terminado o governo fixou-se em Areia, no engenho Bolandeira, onde veio a falecer em avançada idade”. Diante da informação acima, infere-se que os primeiros engenhos do município de Areia surgiram há cerca de 240 anos. Esse registro é o mais fidedigno que existe em termos do aparecimento dos engenhos no Brejo Paraibano, consequentemente, o mais citado.
Entretanto, tomando como base menções feitas pelos habitantes de Areia, não se descarta a possibilidade de ter engenhos antes dessa época, a despeito ausência de comprovação nos anais da história do território.
Os engenhos implantados no Brejo, a partir do século XVIII, seguiram os moldes dos engenhos do litoral nordestino, apesar de não gozarem da mesma opulência e posição privilegiada deste últimos, que foram o símbolo da aristocracia rural brasileira desde o período colonial.
O surgimento dos engenhos no Brejo fez nascer uma pequena burguesia rural em torno desta atividade produtiva.Os engenhos do Brejo não acompanharam a suntuosidade das edificações dos engenhos do litoral, mas alguns deles chegaram a alcançar um certo grau de importância econômica em relação a estes últimos, nas épocas áureas do açúcar, como os engenhos Vaca Brava em Areia, Goiamunduba em Bananeiras e Olho D’Água de Bujari em Alagoa Nova.
A maioria dos engenhos do Brejo possuíam menos porte do que os do litoral, porém os edifícios dos mais antigos que restaram nesta microrregião também podem ser considerados espécimes da arquitetura dos antigos engenhos de açúcar do Brasil.
Existiam no Brejo Paraibano cerca de 294 engenhos catalogados pelo pesquisador Antonio Augusto de Almeida em 1994. Passados cerca de 240 anos, atualmente existem (dados do IBGE de 2000) 52 engenhos ativos, apesar deste número reduzido de engenhos, eles ainda permanecem em número relativamente significativo.
Eles estão divididos em 28 estão no município de Areia, 5 em Alagoa Grande, 6 em Alagoa Nova, 1 em Bananeiras, 2 em Borborema, 5 em Pilões e 5 em Serraria. Destes 52 engenhos, 25 produzem apenas aguardente; 8 produzem apenas rapadura e 19 fabricam aguardente e rapadura conjuntamente.
Os engenhos não poderiam desaparecer do Brejo Paraibano, uma vez que está marcada pela tradição do cultivo e processamento da cana-de-açúcar. A manutenção de hábitos, costumes e tradições seculares, no caso e questão, em termos de produção, não sucumbiu, mesmo que apontasse alternativa neste sentido. No caso do Brejo, essa tradição produtiva vem persistindo na região por quase dois séculos e meio.

NOMES DE ENGENHOS DE AREIA

Casa grande do Engenho N. S. das Graças (Buraco) em Areia. Nesta casa nasceu o primeiro Arcebispo do estado da Paraíba Dom Adauto de Miranda Henriques.Todos os 130 engenhos de Areia.
Relação de todos os engenhos existentes e extintos do município de Areia, ao longo dos tempos: Alagoinha, Almécega, Angelim, Araticum, Barra do Camará, Barra do Quati, Bela Vista, Boa Vista, Boa Vista do Narciso, Bolendeira, Bom Retiro, Bondó de Cima, Bomdó de Baixo, Bonfim, Bruxaxá, Bujari, Bujari de José Correia, Cachoeira, Cacimbinha, Caiana, Caiana de Franklin, Cajueiro, Cajueiro (Escarlate I), Canadá, Candiota, Carrapateira, Carro Quebrado, Cepilho, Cipó, Coqueiro, Covão (Santa Isabel), Deserto, Engenho do Meio (Bujari), Escarlate II, Escondido, Estreito, Fechado de Cima, Floresta (Timbosinho), Frexeiro, Gameleira, Gitó, Gogó, Gravatá Açu, Grutas de Cobras, Grutão, Guarany (Senhor do Bonfim), Ipueira Grande, Ipueira de J.Branco, Ipueira de Osvaldo Pina, Ipueira de São João, Ipueirinha, Japaranduba, Jardim, Jardim (Chã do Jardim), Jatobá, Jussara, Jussarinha, Lajinha, Lameiro, Laranjeiras, Lavapés, Limoeiro, Lino, Macacos, Macaíba I, Macaíba II, Maçaranduba, Mandaú, Marzagão, Mata Limpa de Baixo, Mata Limpa de Cima, Marcês (Caipora), Mineiro, Mundo Novo, Mufumbo, Mufumbinho, Nossa Senhora de Baixo, Olho D’Água, Olho d’Água dos Cavalos, Olho d\’Água do Meio, Pacas, Panelas, Patricio, Pau d’Arco, Pau Ferro de Baixo, Pau Ferro de Cima, Pedregulho, Pindoba, Pitombeira, Quati, Quebra, Riachão, Riacho de Facas, Rio Branco (Tiborna), Saboeiro, Saburá, São Benedito, São Francisco (Cipó), São João (Sítio Riachão), São José do Bonfim, São José, São José de M. Maia, São Luiz, São Pedro (do Mofo), São Sebastião, São Vicente (Riachão), Santa Helena (Fechado), Santa Irene (Marzagão d’Água), Sanata Isabel (Várzea Nova), Santa Tereza (Coruja), Sapucaia, Socorro, Tapuio, Timbaúba I, Timbaúba II, Timbaúba de A. Costa, Timbó, Triunfo, Vaca Brava de Baixo, Vaca Brava de Cima, Vaca Brava do Meio, Várzea, Várzea do Carrapato, Várzea do Quati e Viração.

ENGENHO TRIUNFO

A cachaça triunfo é uma das mais tradicionais da Paraíba, sendo produzida na cidade de Areia. A Cachaça Triunfo é produzida pelos empresários Antônio Augusto e Maria Júlia.
No ano de 1994, após receber uma herança, o casal decidiu comprar um engenho, sonho antigo de Antônio Augusto. Mas as dificuldades eram muitas. Com a falta de dinheiro para adquirir máquinas próprias para a confecção da cachaça, os empresários tiveram que improvisar: “Não tínhamos dinheiro para comprar máquinas para fazer a cachaça e ele foi inventando. Quem visitava nossa fábrica, se espantava com tanta criatividade”, conta Maria Júlia a seus visitantes. Para termos uma ideia, até secador de cabelo e moedor de carne viraram maquinário para o engenho.
Todas essas dificuldades enfrentadas foram válidas e superadas e o engenho Triunfo está aberto para a visita de pessoas interessadas na sua história e no seu processo de produção.
O Engenho Triunfo no município de Areia é um exemplo de um empreendimento bem sucedido. Porém, concomitante ao progresso tecnológico, está a Recepção e o bom gosto do seu ajardinamento.

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ENGENHO VACA BRAVA – O MAIS ANTIGO DA REGIÃO

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Areia abriga os primeiros engenhos da Paraíba a contarem com máquinas a vapor. Inaugurado em 1860, o local é considerado o engenho mais antigo da região e possui 525 hectares.
O proprietário, cujo estabelecimento recebe os visitantes de forma improvisada (mas não menos acolhedora) pois ainda não possui estrutura voltada para o turista, é capaz de dar um show na hora de contar histórias da época de José Rufino, personagem local que morou em uma casa equipada com uma senzala, e ao descrever, detalhadamente, o processo caseiro de preparação da sua cachaça.
A cachaça produzida no Engenho Vaca Brava, um estabelecimento de 1860, é armazenada em barris de umburana com capacidade de 25 mil litros ou de de jequitibá, cujo armazenamento é de 30 mil litros.
A cana-de-açúcar foi introduzida na Província da Paraíba nos idos de 1630, já existindo em média 18 engenhos produtivos e, a partir de meados do século XIX, esta cultura passou a ser a mais explorada na região do Brejo Paraibano.
A Civilização do Açúcar é bem maior do que a cultura do açúcar. A segunda cabe na primeira. A primeira não cabe na segunda.

MUSEU DO BREJO PARAIBANO – Museu da Rapadura

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O Museu do Brejo Paraibano tem como principal Missão Institucional preservar a história do homem do campo do brejo paraibano, com ênfase na cultura da cana-de-açúcar. Presente desde os primórdios da colonização, a casa-grande foi elemento organizador da sociedade, núcleo de dominação social, econômica e política, apoiado nas relações de trabalho escravista e semi-feudais. Funcionou como engenho de cachaça e rapadura, fundamentando-se na estrutura latifundiária e na monocultura de cana-de-açúcar. (Campos II UFPB/CCA).
MUSEU REGIONAL DE AREIA

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O Museu Regional de Areia tem como Missão Institucional resgatar e preservar a memória; promover atividades científicas e cultural, visando a compreensão e o desenvolvimento da sociedade brasileira, prioritariamente a do município de Areia na Paraíba.

O SOBRADO DE JOSÉ RUFINO – No início do século XIX, homens de fortuna e iniciativa como o português Francisco Jorge Torres, o capitão Bartolomeu da Costa Pereira e José Antonio Leal, edificaram os primeiros sobrados da vila. Seguiram-se muitas outras construções congêneres de propriedade da burguesia local. Um desses velhos sobrados, construído em 1818 foi na década de setenta restaurados por um areiense, José Rufino de Almeida, que dá um belo exemplo de amor às tradições de sua terra.
O prédio, Funciona a Secretaria de Turismo e Eventos Secretaria de Cultura, Secretaria de Esporte Juventude e lazer da Prefeitura Municipal de Areia, o Ponto de Cultura Viva o Museu e a Associação dos Amigos de Areia – AMAR.
Uma espécie de museu. Trata-se de uma construção sólida onde foram conservadas ao máximo, as linhas originais características à arquitetura colonial. Possui três pavimentos, incluindo o sótão de águas-furtadas, onde se encontram mirantes em forma de seteiras, cuja finalidade era permitir a penetração da luz e do ar além de servir eventualmente para defesa.
A fachada principal apresenta duas ordens de janelas reticuladas, com vidraças e uma porta que dá acesso ao interior. As do pavimento superior possuem sacadas guarnecidas com grades de ferro trabalhado. Lampiões de ferro no estilo da época, colocados na frente e nas fachadas laterais do prédio, constituem a iluminação externa. Uma cornija que se prolonga à volta do prédio arremata o conjunto de formas sóbrias e harmônicas.
Internamente, divide-se em 35 aposentos, mobiliados e decorados com preciosas peças antigas. O piso do pavimento inferior é todo em tijoleiras exceto a cozinha que conserva as lajes originais do antigo sobrado e que servia como sala de refeições dos pretos, podendo-se observar as mesas de pedra engastadas na parede, o fogão de alvenaria, os panelões de ferro de fabricação inglesa e um primitivo moinho para triturar cereais.
Na parte posterior, a senzala, com seus cubículos individuais, em torno de um pátio lajeado e dois portões que dão para um terraço, num plano mais baixo, protegido por balaustrada, todo em pedra, de onde se descortina a paisagem maravilhosa da Gruta do Bonito.
O acesso ao pavimento superior é feito através de duas escadas – de madeira com corrimão torneado, logo no vestíbulo principal, e na parte de trás, por uma longa escadaria de pedra, trabalho dos escravos. O piso agora é todo assoalhado e o teto travejado com possantes vigas em madeira de lei. Na sala de jantar há uma lareira. As luminárias, os banheiros, os lavabos, tudo acompanha o estilo da arquitetura colonial, evocando uma época de fausto vivida pelos seus ancestrais.


solar José Rufino do início do século 19
 

PARQUE ESTADUAL MATA DO PAU FERRO

Localizado na comunidade da Chã do Jardim a 7 km da cidade de Areia, constitui um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica do Nordeste, Funciona como um refúgio para animais ameaçados de extinção como o pássaro pintor, a cobra jararaca entre outros. Neste parque encontramos inúmeras trilhas com árvores gigantescas formigões diversos pássaros e plantas venenosas.

UFPB – CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

1ª Escola de Agronomia do Nordeste, atual campos II da UFPB onde se destaca a sua área botânica como BAMBU GIGANTE e o ORQUIDÁRIO.

CASA DE PEDRO AMÉRICO

O prédio onde nasceu o grande artista plástico, Pedro Américo de Figueiredo, é uma construção simples, conjugada, com uma porta e duas janelas na frente. Havia outrora sala de visitas, sala de jantar, dois quartos, cozinha, banheiro e um pequeno quintal. Nas proximidades do centenário de nascimento do pintor, a Prefeitura efetuou a desapropriação do imóvel que sofreu modificações a fim de funcionar como pinacoteca e museu do Município. As janela e portas receberam vidraças e a divisão interna foi alterada. Atualmente consta de duas salas na primeira das quais foi instalado o Museu com mais de vinte reproduções de telas famosas do artista, alguns esboços autênticos e o original \”Cristo Morto\”, de inestimável valor, um dos seus últimos trabalhos, pintado em 1901.
Há também um retrato de Pedro Américo, pintado por seu irmão Aurélio de Figueiredo. Expostos numa vitrine, objetos de uso pessoal: alguns pincéis, um velho esquadro. Também uma palmatória que pertenceu à sua mãe, um álbum de caricaturas, fotos da família e os livros escritos por ele na Europa – “Holocausto”, em 1882, “O Foragido”, em 1899, “Na Cidade Eterna”, em 1901, além de um crucifixo e um vidro contendo uma página de jornal, retirados de seu caixão mortuário. Na outra sala funciona a galeria de areienses ilustres.

Além de um mausoléu no cemitério da cidade, Pedro Américo ainda foi contemplado com monumento(imagem à cima), um busto erguido em praça pública, mais uma homengem da cidade de Areia a um dos seus ilustres filhos. 

MONUMENTO A PEDRO AMÉRICO

No cemitério de Areia, em lugar de destaque, está o mausoléu onde repousam para sempre, os despojos do seu ilustre filho, repatriados da Itália durante as comemorações de seu centenário.
Monumento talhado em estilo moderno, singelo, com uma placa em alvenaria onde estão inscritos de um lado, as datas do seu nascimento – 29/04/1843 e a do seu centenário – 29/04/1943 e os dizeres – “Pedro Américo Potente Engenheiro da Pintura” e “Passagem do Primeiro Centenário do Seu Nascimento”. Na outra extremidade sua efígie em relevo. Salientando-se do toda uma espécie de obelisco e uma palheta com pincéis.

IGREJA DO ROSÁRIO DOS PRETOS – A igreja consagrada a Nossa Senhora do Rosário foi iniciativa de uma Irmandade originalmente composta por gente de cor. É a mais antiga do lugar embora não se tenha a data precisa de sua fundação. Sabe-se que ficou inconclusa durante muitos anos. Segundo Horácio de Almeida, o governo provincial, em 1865 outorgou-lhe uma verba de quatro contos de réis para o andamento da obras. Documentos falam de uma empreitada, em 1872, com o mesmo objetivo. Porém tudo indica que sua conclusão sé se deu em 1886 quando ali se celebrou a primeira festa religiosa. A Igreja do Rosário acha-se situada no centro da cidade, em frente à Praça Ministro José Américo de Almeida. Trata-se de uma construção em que se verifica a persistência do estilo arquitetônico que vigorou durante três séculos a partir de nossa colonização.


Não fossem os arcos de pleno centro que aparecem em todas as fachadas do templo, cuja utilização se vulgariza no século XIX e a abertura também das arcadas, que proporciona uma comunicação franca da capela-mor com a sacristia ao lado, e o tipo estaria se repetindo.
Uma escadaria dá acesso à Igreja em cuja fachada principal encontra-se três portas de forma arqueada. A porta do centro é um pouco mais alta que as laterais. Janelas também em número de três com grades de ferro forjado, à guiza de peitoril, dando para o coro, guarnecem-lhe a fachada encimada por um frontão com volutas e uma pequena cruz. Não possui torres. A parte interna consta de uma nave única, coro simples, logo à entrada, com uma escadaria lateral que começa dentro da nave. Do mesmo lado um púlpito em madeira com ornato em relevo e uma cercadura do mesmo material ornada com delicados lavores. Num plano mais elevado da nave, à entrada da capela-mor, altares colaterais em madeira pintada de branco, decorados com entalhes em dourado, abrigam imagens, uma das quais, de Nossa Senhora da Piedade com o Filho Morto nos braços, esculpida em madeira, é muito bonita.
Na capela-mor, num plano mais abaixo, o altar-mor, é parcialmente executado em madeira parecendo ter sido completamente em alvenaria. Na realidade apesar de se encontrar nos trechos de alvenaria o mesmo vocabulário formal dos altares colaterais, nota-se uma acentuada diferença no acabamento o que faz com que este altar seja de menos apuro estético tomado como um todo. Nele se encontra um retáculo com a imagem da padroeira, em estilo barroco, ladeada por outras de Jesus Menino e São Benedito.
O forro da capela-mor é de alvenaria e reboco pintado, com a figura em relevo do Espírito Santo que traz em lugar dos pés, ganchos, dos quais pendia outrora a lâmpada do sacrário. A nave apresenta um forro de tábuas corridas.
O piso, originalmente em tijoleiras, foi substituído em época passada, por mosaicos. Somente o coro e uma espécie de sótão por trás do altar-mor são assoalhados. Na sacristia há somente uma pequena cômoda. Seu uso atual é apenas a prática de ofícios religiosos.

TEATRO MINERVA – Inaugurado em 1859, com o nome de Teatro Recreio Dramático constituía o orgulho dos habitantes de Areia, em especial dos membros da Sociedade Recreio Dramático que o construiu às suas expensas, iniciativa pioneira que precedeu em trinta anos o teatro da Capital. Funcionava regularmente com representações dos conjuntos amadores locais. Consta que mesmo companhias famosas que se exibiam em Recife, iam até Areia, recebendo sempre muitos aplausos de um povo que tinha amor pela arte e pela inteligência. Localizado na Rua Epitácio Pessoa, S/N, o prédio de linhas simples, tendendo mais para o tipo clássico, apresenta na fachada principal três portas e mais acima duas janelas. Em relevo o nome Theatro Particular e a data de inauguração, 1859. Um frontão de formato triangular ostenta no tímpano, um ornato em relevo e mais acima uma decoração em caprichosas volutas no centro da qual há uma estatueta da deusa Minerva. Esta foi ali colocada por Horácio Silva, no início do século XX, quando na gestão do prefeito Otacílio de Albuquerque foram feitos alguns melhoramentos no prédio. A partir daí passou a ser conhecido por Teatro Minerva.

À entrada há um pequeno hall por onde se penetra na sala de espetáculo, de piso inclinado, em tijoleiras, com uma passadeira no centro. Do teto de madeira pende um lustre de ferro com seis braços.
À volta, duas ordens de frisas, superpostas, de formato circular, em madeira, divididas por colunas simples do mesmo material. Há luminárias em forma de candeeiros ao longo das paredes laterais.
Na parte posterior, por trás do palco, estão localizados os camarins ligados ao mesmo e aos corredores por duas entradas laterais. Mobiliário um tanto rústico, foi todo renovado seguindo tanto quanto possível o modelo original. Durante algum tempo o prédio funcionou como cinema, porém agora retornou à sua primitiva função.

MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – Esta igreja tem um valor histórico tendo acompanhado o crescimento da cidade, desde que era um pequeno núcleo, de povoamento e a igreja uma simples palhoça onde o vigário de Mamanguape celebrava uma vez ao mês. Em 1809 aparece como uma capela coberta de telha. A freguesia foi criada em 1813, mas só em 1834 é que o Padre Francisco de Holanda Chacon, que regeu a paróquia por 52 anos, ergue a Matriz no mesmo local da primitiva capela – prédio grande, sem torre, com corredores, tribunas, coro, consistório e altares em talha dourada.
Cônego Odilon Benvindo reformou a Matriz derrubando os corredores e as tribunas, substituindo-os por arcadas, construiu mais altares de alvenaria e ergueu a torre no centro do edifício. Benzeu-a no dia 20 de abril de 1902, data que se encontra gravada na fachada principal. O Cônego Francisco Coelho pôs abaixo o altar-mor de madeira entalhada construindo em seu lugar um de alvenaria, tirando na ocasião a imagem da padroeira de madeira policromada, em puro estilo barroco, colocando-a na sacristia. (Essa imagem fora ofertada à Matriz por um vigário, de Areia, Padre Sebastião Bastos). O vigário Cônego Ruy Barreira Vieira também realizou melhoramentos no templo que tendo passado por tantas reformas não segue nenhum estilo definido apresentando características ecléticas. Possui uma única torre. A parte central da fachada se projeta para frente enquanto as laterais ficam recuadas. Uma escadaria protegida por balaustradas dá acesso às portas de entrada.
O interior compõe-se da nave principal e naves laterais separadas por arcadas. Ao Longo destas últimas encontram-se altares, alguns dos quais abrigam imagens antigas, em madeira, de Nossa Senhora das Dores, Menino Jesus, do Senhor Morto, Jesus Crucificado e do Senhor Ressuscitado. Uma de Nossa Senhora da Soledade e outra do Senhor dos Passos ostentam cabelos e vestes naturais. No teto da nave principal há um painel colorido que apresenta grande interesse artístico. Todos os altares são de alvenaria.
Na Sacristia há um arcaz acima do qual, num nincho, pode-se ver a imagem de Nossa Senhora da Conceição anteriormente citada. Há ainda outro móvel em madeira escura com um oratório conjugado. Na parte anterior do templo fica o coro e sob o mesmo um vestíbulo separado por arcadas da nave principal.